In : L'observance aux traitements contre le VIH/sida : Mesure, déterminants, évolution.
Décembre 2001 : 99-112.
Copyright © 2001, ANRS Collection Sciences Sociales et SIDA


Descrição e avaliação de um programa de ação em prol da adesão terapêutica (aconselhamento) em um centro Hospitalar-universitário

L. Bentz (1), C. Pradier (1), C. Tourette-Turgis (2), M. Morin (4-5), M. Rébillon (3), M. Souville (4-6), J. Scherer (5), J-G. Fuzibet (1), A. Pesce (1), P. Dellamonica (1).

(1) CISIH du CHU de Nice, Hôpital de l'Archet, Nice, France. (2) Université de Rouen, France / Université de Miami, USA, (3) Comment Dire, Paris, France. (4) Inserm U 379. (5) Laboratoire de Psychologie Sociale, Université Aix-Marseille I (6) Université Aix-Marseille 2.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Resumo

Um programa de ação sobre a adesão terapêutica (aconselhamento) foi desenvolvido e avaliado em três Serviços do Centro Hospitalar Universitário de Nice, em forma de experiência randomizada em duas vertentes (grupo ação (GA) / grupo testemunho (GT)) contendo um total de 244 pacientes em HAART(Highly Active Antiretroviral Therapy). A ação junto aos pacientes do GA consistiu em quatro entrevistas de enfermagem de aconselhamento durante seis meses, na saída das consultas médicas ; os pacientes do GT beneficiaram-se de um acompanhamento médico tradicional. Um guia de estrevista foi criado como modelo à partir dos fatores preditivos de não-adesão terapêutica, reagrupados em torno de quatro componentes : cognitivo, comportamental, emocional e social. A avaliação se baseia sobre o impacto do programa em termos de adesão terapêutica, da eficácia viral e da qualidade de vida dos pacientes em tratamento. A abordagem avaliativa é de característica multimetodológica (auto-questionários, marcadores biológicos, entrevistas). A descrição e a realização do programa, o tipo de aconselhamento desenvolvido, a metodologia de avaliação e os resultados são apresentados neste artigo.

Palavras chaves : Adesão, ação, aconselhamento, avaliação, HAART, ARV.

Introdução

A esperança na eficácia das associações antiretrovirais fortemente ativas (HAART) se encontra hoje diminuida pelas dificuldades diárias que as pessoas em tratamento devem enfrentar - dificuldade ligadas as tomadas, problemas de tolerância, cansaço e incerteza geradas pelo uso indefinido - e o impacto direto destas dificuldades sobre os resultados virais fuga terapêutica(falha terapêutica), insucessos severos...). Partindo desta constatação alarmante, o acompanhamento da adesão terapêutica foi definido como uma prioridade no plano de Programa trimestral 1998-2000 dos cuidados às pessoas soropositivas na região de Provence Alpes-Côte d'Azur.
Foi por isto que um programa de ação foi desenvolvido no CHU de Nice pelo CISIH, com a parceria de COMMENT DIRE, e avaliado pelo INSERM U.379 graças a um financiamento da ANRS.
O objeto deste artigo é duplo : descrever o programa de ação sobre a adesão terapêutica (Aconselhamento) que foi desenvolvido no CHU de Nice, apresentar os primeiros resultados de sua avaliação em termos de capacidade de realização, da pertinência e da eficácia da adesão terapêutica, assim como da evolução da condição viral dos pacientes tratados com terapias antiretrovirais fortemente ativas.


O programa de ação

Descrição da introdução do programa
O programa de ação desenvolvido no núcleo dos três Serviços do CHU de Nice implicados no tratamento do HIV (moléstias infecciosas e tropicais, medicina interna, hematologie clínica) consistiu na realização de uma consulta de enfermagem centrada no acompanhamento e no apoio das pessoas em tratamento.
A introdução desta nova prática de cuidados nos centros dos serviços foi precedida de várias fases, incluindo uma negociação institucional (apresentação e justificativa do projeto ; implicação forte da Direção Hospitalar ; redistribuição de funções das enfermeiras ; local apropriado), uma etapa de treinamento-formação das equipes e uma etapa organizacional (participação das chefias do Servicos ; colaboração com o conjunto da equipe, tanto médica como paramédica ; recolhimento de dados com intenções financeiras, úteis para justificar os postos das enfermeiras ; modos de circulação de informação entre corpo enfermeiro e médico, fase de testes visando constatar a possibilidade real de realização). O programa de ação começou a partir de um protocolo incluindo procedimentos de avaliação, nos três Serviços, para continuar sob uma forma centrada em práticas de ações.

A ação propriamente dita, consistiu em propor aos pacientes em HAART, uma consulta de aconselhamento sobre os tratamentos, conduzida pelas enfermeiras na saída de cada consulta médica normal. Quatro enfermeiras, divididas entre os três Serviços, exerceram esta atividade.
As entrevistas foram conduzidas junto à pacientes graças a guias previamente elaborados e gerados como sendo ferramentas clínicas, quer dizer, úteis em termos de saúde no seu aspecto médico, psicológico e social.
O protocolo previu, para cada paciente, um total de quatro entrevistas no período de seis meses, ou seja, uma entrevista a cada dois meses com um modelo específico por entrevista.

Um dispositivo de treinamento/formação prévio
Os médicos se beneficiaram de um treinamento inicial curto para as estratégias de ação em matéria de adesão terapêutica, etapa esta visando lhes sensibilizar e obter a adesão destes ao dispositivo de ação e ao protocolo de avaliação.
Para as quatro enfermeiras, uma formação inicial de cinco dias em aconselhamento foi organizada antes do começo da ação junto aos pacientes. O treinamento/formação foi centrado na aprendizagem das técnicas de base do aconselhamento relacionados com a adesão terapêutica dos tratamentos antiretrovirais e sobre a utilização de um manual de ação composto de um conjunto de modelos de entrevistas. Paralelamente, as enfermeiras puderam seguir uma formação téorica aprofundada sobre a infecção pelo HIV, os tratamentos ARVs, o acompanhamento dos pacientes na área de sexualidade e prevenção, o acompanhamento dietético e trabalho em rede ao nível do estadual.
O tempo de treinamento inicial em aconselhamento foi completado por uma formação continuada em forma de supervisões mensais, nas quais as enfermeriras puderam discutir e procurar soluções para dificuldades encontradas na realização da ação (institucionais, organizacionais, pessoais).
Para manter a qualidade da ação, um psicólogo experiente efetuou a revisão regular dos relatórios das sessões de aconselhamento. Cada uma das enfermeiras beneficiou-se de sessões de supervisão na hora das entrevista com os pacientes (coaching) conduzidas por um psicólogo formador.
Na saída das sessões, cada enfermeira recebeu, de maneira confidencial, um relatório de observação e de sugestões visando ajudar à otimisar suas competências
médecins

O tipo de aconselhamento desenvolvido
O aconselhamento desenvolvido por este programa é uma abordagem eclética utilizando princípios, estratégias e técnicas saídas do campo específico que representa o aconselhamento HIV/AIDS nos cuidados e na prevenção, à partir da metade dos anos 80 [15]. Este retoma também princípios e técnicas de " intervenção motivacional " e do aconselhamento rogeriano (empatia, congruência, escuta ativa).
As ações aqui, são centradas no pacient [1] levando em conta os fatores preditivos de não-adesão [3, 13] afim de ajudar cada pessoa à reduzir um certo número de obstáculos ao uso de seu medicamento.

O componente cognitivo
O trabalho sobre o componente cognitivo [11] consite em explorar e avaliar com o paciente suas motivações ao tratamento, suas espectativas, seu nível de informação, suas crenças em matéria de doença, de saúde, de tratamento. Consiste também, antecipar os obstáculos que podem acontecer na vida diária da pessoa [3] e que a impeça de tomar seu tratamento. Considerando que " pensar em tomar " seus medicamentos implica várias funções cognitivas (memória, compreensão, raciocínio), um tempo importante é também dedicado à análise das estratégias usadas pelos pacientes para não esquecer os diferentes horários das doses dos medicamentos [2].

O componente comportamental
O trabalho sobre os componentes comportamentais consite em ajudar os pacientes à explorar as estratégias que eles já usam ou não para tomar seus remédios, explorando com eles estratégias mais adaptadas, se estas se apresentam intoleráveis ou impossíveis de serem mantidas. Os pacientes são convidados à se relembrarem da situação, a ocasião ou o incidente mais recente, levando-os a pular uma ou várias doses consecutivas de seus tratamentos (método de incidente crítico). Esta etapa visa explorar não somente os fatos, mais também os sentimentos ligados a não-adesão (perda de auto-estima, sentimento de insucesso, medo, culpa, perda de competências, necessidade de um reaprendizado em um clima de segurança interior). Os pacientes são sensibilizados para distinguir o que o releva do ato falho, do lapsum (esquecimento único ou lapso) e o que o releva do relaxamento [9] completo. Trata-se aqui, de ajudar cada pessoa a encontrar as estratégias auto-reguladoras lhe permitindo evitar passar de um estado a outro. Além do mais, é em um clima de escuta e de apoio que se pode explorar os obstáculos encontrados pela pessoa em tratamento, diante da prevenção nas suas relações sexuais.

O componente emocional
O trabalho sobre os componentes emocionais consiste em abordar com o paciente como este sente e vivencia sua soropositividade, de maneira a permitir a conecção entre os afetos ligados a esta vivência e os afetos ligados as doses do medicamento. Trata-se também aqui, de identificar os medos, as incertezas , o desejo de abandonar o tratamento, a perda de esperança, os humores depressivos e os níveis de stress vividos pelo paciente. O trabalho consiste então em ajudar a pessoa a entender porque certos estados emocionais, vividos por ela, invalidam seu desejo e sua capacidade de se cuidar [14]. Consiste também em mobilizar nela estratégias de ajustamento lhe permitindo encarar estados emocionais que colocam em perigo sua adesão ao tratamento [3, 13]. É neste módulo que são abordados os temas ligados ao desenvolvimento da pessoa, como o desejo de fazer novos encontros, de construir uma relação, de fundar uma família.

O componente social
Enfim, o trabalho sobre os componentes sociais consiste em levar em conta os obstáculos sociais encontrados pelos pacientes na hora de tomar seus medicamentos ( meio social apresentando freqüentemente um alto nível de estigmatização ; silêncio obrigatório sobre a soropositividade no local de trabalho, na família) [4]. É apresentado aos pacientes os recursos existentes em termos de grupos de apoio, locais ou nacionais. Nos casos de situação social necessitando um recurso imediato, é preciso assistir o paciente em cada fase de acesso a este. Trata-se também, de mobilizar nos pacientes, suas capacidades em aumentar seus próprios recursos, em termos de socialização e de apoio pessoal, convidando-os a se considerarem como portadores de um projeto de saúde e mais ainda, de uma história pessoal e social em movimento.

Modelos de entrevistas para as enfermeiras
Um manual de intervenção (aconselhamento) foi criado pela equipe de atores que também realizou o treinamento/formação da equipe. Quatro sessões de entrevistas foram criadas e escritas para as enfermeiras que tiveram que entregar, por escrito, os conteúdos das entrevistas, dos elementos de diagnósticos do enfermeiro e da lista de ações a serem realizadas e/ou das decisões tomadas pelo paciente e também pela enfermeira (dinâmica de mobilização de recursos).
Os modelos de entrevistas fizeram parte da construção de um dossiêr de enfermagem no qual foram acrescentadas fichas de avaliação de adesão terapêutica específicas para cada recurso, estas fichas foram igualmente anexadas ao dossiêr médico afim de permitir o retorno da informação sobre a evolução da adesão terapêutica do paciente e sobre as recomendações realizadas.

Avaliação

Princípios de uma avaliação do tipo " Pesquisa-Ação "
Em uma perspectiva de " pesquisa-ação " em saúde, a avaliação é um trabalho de recolhimento de dados essencial e freqüentemente difícil. Este tipo de pesquisa deve conciliar : as exigências metodológicas e teóricas específicas das disciplinas de pesquisa pertinentes para a análise ; as demandas e empecilhos contextuais dos clínicos que fazem parte do protocolo ou dos responsáveis pelos cuidados terapêuticos dos pacientes envolvidos; as questões pedagógicas ; normas e reticências dos atores diante do fato de ver seus trabalhos submetidos à avaliação ; as regras e princípios da ética médica . Isto significa que a avaliação é sempre mais que a aplicação mecânica, científica e coercitiva de um conjunto de procedimentos de contrôle. Ela é um processo que implica uma informação, uma adesão e participação de todos os atores de saúde envolvidos. A escolha implica então, em uma negociação, da parte dos pesquisadores-avaliadores, com todos os que uma pesquisa-ação considera como parceiros para um trabalho que, tem-se a esperança, dê resultados que possam contribuir com o avanço e não com o término do processo de conhecimento e de ajuste dos tratamentos. Na experiência que foi conduzida, o esquema de avaliação, definido por contrato, é um esquema aberto que organiza o recolhimento de dados sobre vários ângulos de investigação :
- critérios de evolução (considerados como variáveis dependentes)
- fatores explicativos candidatos, por hipótese co-agindo como antecedentes do processo de ação.

Critérios de evolução

Variação de adesão
O objetivo principal da ação é a melhora da adesão, visto que se espera uma diminuição das condutas de não-adesão e um reforço da adesão terapêutica.
A adesão é medida por um conjunto de dados ou através de um score provenientes de uma análise socio-comportamental. Utilizou-se auto-questionários jà usados e validados na área de estudos de adesão (Coortes APROCO e Coorte MANIF). Os auto-questionários-pacientes continham cinco questões focadas na adesão aos tratamentos antiretrovirais, que permitiram determinar um score de adesão. Os pacientes foram considerados tendo uma alta adesão se eles tomaram 100% dos medicamentos nos 4 dias anteriores ao preenchimento do auto-questionário [10].

Variação da eficácia terapêutica
Alvo da ação, a melhora da adesão e da aceitação das terapias, é na realidade um objetivo intermediário na ajuda da melhora da eficácia terapêutica. Esta é evidenciada por um conjunto de dados provenientes de uma análise biológica usando como referência a carga viral em curto prazo mas também a evolução dos CD4 em termos de alongamento do prazo. Aqui a carga viral do HIV foi medida com a ajuda do teste RT-PCR (Amplicor TM, Roche).

Variação da qualidade de vida e das satisfações
Esta variável foi pouco utilizada nas pesquisas avaliativas das ações sobre a adesão.Pode-se considerar no entanto, que a percepção subjetiva dos estados de saúde, assim como as satisfações e insatisfações dos pacientes constituam aspectos de evolução tornando-se cada vez mais importantes no acompanhamento da infecção pelo HIV, bem como por todas as patologias de longa duração ou crônicas. Este critério de avaliação foi então incluido. Operacionalmente, uma versão curta do questionário de estado de saúde " SF-36 " foi usada. Trata-se aqui de um questionário de medida genérica saída do " Medical Outcome study " (MOS). Ítens focados sobre as satisfações foram igualmente incluídos no auto-questionário. Entrevistas foram feitas junto a um certo número de pacientes, completando assim estes dados.

Fatores anteriores e contextuais
Dados sócio-demográficos (idade, sexo, mode de vida), clínicos e imunológicos foram coletados com a ajuda de um questionário preenchido pelo médico no Mês 0 (M0) e no Mês 6 (M6). Outros dados de ordem psico-social concernentes às pessoas em tratamento (atitudes em relação aos cuidados , da equipe, representação dos tratamentos, Lócus de controle) mas também a relação destes com seus meios (apoio social) foram igualmente recolhidos.

Plano e métodos do dispositivo de avaliação l
O pricípio escolhido para a avaliação da ação foi o da experiência randomizada em duas vertentes (grupo ação (GA) / grupo testemunho (GT)) contendo pacientes tratados com HAART em um dos três Serviços do CHU de Nice depois de, ao menos, 1 mês.
Ao GA, foram propostos quatro entrevistas de aconselhamento aos pacientes, durante 6 meses, planificados no ritmo das suas consultas médicas, quer dizer uma entrevista a cada dois meses. No GT, os pacientes beneficiaram-se de um acompanhamento médico habitual , durante o período do desenrolar do programa. Entrevistas de aconselhamento foram propostas em uma segunda fase (seis meses depois).Além da necessidade de estarem sendo tratados com uma HAART, os pacientes incluídos deveriam, conscientemente, aceitar participar do programa depois de terem recebido uma informação prévia sobre as modalidades (entrevistas para o GA e utilização de um auto-questionário no começo e no fim do protocolo, quer dizer, no M0 e M6 para os dois grupos).
A avaliação no M6 apresentava os resultados engendrados pelas três consultas de aconselhamento anteriores.
O dispositivo de recolhimento é um dispositivo multi-metodológico. O método de recolhimento de dados quantitativos (sócio-comportamentais e biológicos) foi acrescido por um método qualitativo. Este se traduziu operacionalmente por uma série de entrevistas semi-estruturadas gravadas, junto à três grupos de pessoas : as enfermeiras formadas ao aconselhamento (n=4) ; pacientes do grupo ação (n=11) ; pacientes do grupo contrôle (n=7). O objetivo das entrevistas era o de aprofundar a análise do impacto da ação, da maneira mais livre possível, pelo questionamento dos atores dos diferentes grupos implicados e da análise que eles faziam sobre à experiência que eles participaram. Este procedimento visava compreender o sentido que era atribuido às diferentes dimensões fazendo parte da ação e à explorar os aspectos sentidos como sendo os mais importantes da relação ao tratamento, ao seu acompanhamento, as consultas de apoio.

Técnicas de análise
A análise estatítica foi realizada com a ajuda do teste de Chi-2 para a comparação das variáveis qualitativas e do teste de T e du teste de Mann e Whitney para a comparação das variáveis quantitativas. As comparações das diferenças da média de CV, entre cada grupo foram realizadas com a ajuda do teste dos Rangs de Wilcoxon. O risco de primeira espécie alpha de 5%.
A análise dos discursos recolhidos foi dirigida pela análise do conteúdo temático e a utilização do softwar de análise de discurso ALCESTE[12]. O uso deste softwar permite reconstruir, à partir do vocabulário utilizado, recolhido no seu contexto lingüístico, a lógica de construção dos objetos pelos indivíduos e a elaboração das significações associadas a experiência do tratamento e das sessões de aconselhamento.

Resultados

Participação
Entre setembro 1999 e dezembro 1999, o protocolo foi apresentado à 310 pacientes. Entre eles, 270 (87%) aceitaram de participar, 137 no grupo de ação [GA] e 133 no grupo testemunho [GT]. Dois pacientes faleceram durante o período de estudo ( 1 em cada grupo) e 22 pacientes foram " perdidos de vista " ( 13 no GA e 11 no GT). Finalmente, a análise foi realizada sobre 123 pacientes no grupo GA e 121 pacientes no grupo GT.
Entre os 123 pacientes do GA, 67 (54%) beneficiaram-se de três consultas de adesão sobre as quais foram feitas as avaliações, enquanto que 56 pacientes (46%) seguiram parcialmente o programa previsto (entre eles 17 pacientes tendo beneficiado unicamente da sessão inicial em M0). Os pacientes infectados através do uso de drogas intravenosas tiveram uma tendência a usar menos as 3 consultas de aconselhamento propostas (43% contra 59%, p=0,13).
As consultas de adesão duraram em média 45 minutos para o acompanhamento normal do tratamento, e uma hora e 30 min. no momento da inclusão ao programa ou em caso de situação particular (troca de tratamento por exemple).


Descrição da população
Os dois grupos são comparáveis na inclusão (quadro 1).
Globalmente, as medianas são de 350.190 CD4/mm3 e de 2.66 log cópias/ml pelo ARN-HIV plasmático. Cento e trinta e seis pacientes (56%) têm um ARN-HIV plasmático inferior à 40 cópias/ml.
Todos os pacientes foram amplamente pré-tratados. A mediana da duração do tratamento por HAART é de 28.6 meses no GA e 26.1 mês no GT. Os pacientes foram expostos a uma média de 3.5 (1.1) NTRI e de 1.8 (1.2) inibidores de proteases depois do início de um tratamento antiretroviral.Os tipos de combinados antiretrovirais prescritos são comparáveis nos dois grupos.

Quadro 1
Dados sociodemagráficos e clínicos na inclusão do programa

Grupo Ação
(n = 123)
Grupo Testemunho
(n = 121)
p
Idade (anos)
Média (IQR)
39,8 (35-49)
38 (36-45)
0,26§
Sexo
Masculino
Feminino
87 (71%)
36 (29%)
91 (75%)
30 (25%)
0,52#
Modo de transmissão pelo VIH-1
Toxicômanos IV
Autros
40 (33%)
83 (67%)
35 (30%)
86 (70%)
0,64#
Nível de educação
< 2° grau
> 2° grau
81 (68%)
41 (32%)
85 (70%)
36 (30%)
0,61#
Estado CDC
A
B
C

65 (53%)
19 (15%)
39 (32%)

54 (44%)
31 (26%)
36 (30%)
0,14#
Carga Viral
Média (cópias ARN/ml) [IQR]
2,70 [1,23]
2,63 [1,13]
0,60*
CD4 (106 cópies/ml)
Média [IQR]
340 [170-576]
361 [214-502]
0,59§

HAART na inclusão do programa
Inibidores de proteases+2NRTI
NNRTI+2NRTI
3 NRTI

102 (83%)
17 (14%)
4 (3%)

97 (80%)
20 (17%)
4 (3%)
0,84#
Ingênuos de tratamento antes da HAART
Sim
Não

34 (28%)
89 (72%)

35 (29%)
86 (71%)
0,94#
Duração do traitement anterior com HAART
Média [IQR] (mês)
28,6 [18,7-35,7]
26,1 [15,6-33,7]
0,20§
§ Test de Mann-Whitnet, * Test de Student, # Test du Chi-2

Evolução da adesão terapêutica
Sobre os 244 pacientes incluídos, 202 (83%) puderam ser avaliados pela adesão no M6. Não existe diferença significativa entre os respondentes e os não respondentes (23 no GA e 19 nos GT) quanto a adesão na inclusão do programa.
A M6, a porcentagem de pacientes com uma adesão alta (igual à 100%) é significativamente mais importante no GA que no GT (75% contra 61% ; p=0.04).

Eficácia terapêutica : evolução da carga vira
A análise das médias das diferenças da carga viral (CV) entre M0 e M6 é de -0.22 log no GA (p=0.002), enquanto que não é observada differença significativa no GT (quadro 2).
A análise entre M0 e M6 sendo efetuada nos dois sob-grupos de pacientes tendo no M0 uma CV detectável ao limite de 40 cópias/ml, a média das diferenças de CV é de -0.48 log no GA (p<0.0001), diferença que é altamente significativa, enquanto que a diferença não é significativa no GT (quadro 2).

Quadro 2.
Evolução da CV entre M0 e M6

Todos os pacientes

Grupo Ação
(n = 123)

GrupoTestemunho
(n = 121)
p
Média das diferenças de CV
entre M0 e M6 (SD)

-0,22 (0,86)a

+0,12 (0,90)b
0,002*
Pacientes à CV >40 cp/ml à M0

Grupo Ação
(n = 73)

GrupoTestemunho
(n = 73)
p
Média das diferenças de CV
entre M0 e M6 (SD)

-0,48 (0,96)c

+0,15 (1,13)d
0,001*
a p=0,013 ; b p=0,14 ; c p<0,001 ; d p=0,25 (Test des rangs de Wilcoxon). * Test de t.

Impacto qualitativo
A partir do que foi dito nas entrevistas pelos pacientes, podemos destacar alguns resultados preliminares :
Sobre o total de pacientes questionados (GA-GT) observa-se posições demonstrando pontos de consenso entre os pacientes dos dois grupos :
- reconhecimento do progresso terapêutico e das melhoras dos tratamentos (menos incômodo) apesar da experiência enormemente partilhada, de efeitos colaterais ;
- reconhecimento admitido da importância da adesão ;
- destaque do tema relacional e da importância atribuida a verbalização nas trocas com as pessoas em torno deles (familia, amigos, parceiro(a)…) e com os cuidadores (equipe pluridisciplinar) ;
- satisfação ligada ao tratamento oferecido pelos cuidadores, mas diferenciação feita entre os médicos, muito ocupados para estarem totalmente disponíveis, e os infermeiros mais disponíveis.

Entre os dois grupos, diferenças de atitudes e de pontos de vista se evidenciam : Paradoxalmente os pacientes do GT falam mais rapido, de maneira imediata e mais sobre adesão. Se declaram mais, concienciosamente dedicados em respeitar a adesão que os pacientes GA. Eles testemunham sobre preoculpações não resolvidas, no que dize respeito a integração dos medicamentos no cotidiano.
Os pacientes GA falam da satisfação que eles tiveram em aprender a adaptar e discutir abertamente dos problemas práticos ligados às " tomadas ", com toda legitimidade e simplicidade, graça as consultas adesão (" ela trocou meus horários das doses, ela me orientou em relação aos meus horários de trabalho"; "eu tomava os remédios a qualquer hora, de qualquer maneira, na maior parte do tempo").
O que especifica mais a diferença entre os dois grupos é a importância atribuida a consulta hospitalar, com as sessões de aconselhamento como momento de regulação baseado no apoio informativo e relacional integrado na vida dos pacientes ("a gente não hesita em falar dos nossos problemas no dia à dia, provocados pelos tratamentos e pela doença";" me libéro";"é mais ao nível da relação humana que ao nível das prescrições";"fico contente quando venho aqui").
As entrevistas parecem confirmar que as sessões de consultas de adesão são vistas como a invenção de um espaço de escuta para os pacientes que não falam nunca das suas vivências ligadas a soropositividade e de seus tratamentos. Ajudando os pacientes a adaptar, de maneira mais apropriada, a organização das doses de seus medicamentos, mas também, a se re-apropriar do vivido através da verbalização em um espaço terapêutico. De uma maneira geral observa-se, nos pacientes beneficiando do aconselhamento, uma descentralização dos problemas e das preoculpações ligadas ao tratamento, em prol de uma recentrage sobre questões da vida e de identidade.
Em relação a equipe, a análise das entrevistas mostra uma abertura maior dos pacientes em suas relações com a equipe. Parece que as sessões têm um efeito de re-dinamizar suas capacidades e lhes coloca em uma posição mais participativa em relação aos cuidados e as escolhas em matéria de tratamento ("empowerment ").

Impacto no nível institucional
A análise da situação atual mostra uma operacionalidade do protocolo e uma perenidade do projeto. O protocolo contendo a avaliação da ação, se prolongou por um período de 17 meses (setembro 1999 - outubro 2000). Indo além desta fase, continua atualmente em três serviços. No total, no terçeiro trimestre de 2001, mais de 1000 entrevistas foram realizadas pelas enfermeiras, ou seja, uma média de 3 entrevistas por paciente. A frequentação do programa pelos pacientes, demonstra sua aceitabilidade : sobre as quatro entrevistas inicialmente previstas, durante 6 meses, mais da metade dos pacientes tiveram ao menos três. Este ritmo de uma consulta médica trimestral está em adequação com as recomendações francesas em relação aos cuidados terapêuticos das pessoas infectadas pelo HIV [5].
Fatores institucionais foram determinantes na operacionalidade do programa. Pode-se citar a implicação da DDASS e da Direção Hospitalar ; a constituição de uma equipe pluridisciplinar (médicos de Saúde Pública, pesquisadores em ciências humanas clínicas e em psicologia social, pesquisadores do INSERM, profissionais em aconselhamento) ; uma colaboração ativa do corpo médico dos serviços engajados no programa ; a forte motivação das enfermeiras, assim como o apoio trazido pelos seus colegas ; a coordenação do dispositivo pelo médico responsável, eleito por seus pares.


Discussão

A influência de uma forte adesão sobre a carga viral é hoje, depois de vários anos, conhecida. Os resultados analisados mostram que o programa de ação teve um efeito benéfico sobre a adesão e sobre a carga viral dos sujeitos do Grupo Ação.
Os elementos de avaliação que nós dispomos tendem à validar a hipótese de que uma intervenção centrada no paciente (aconselhamento), visando ajudar a pessoa a reduzir um certo número de obstáculos ligados as " tomadas " de seu tratamento, apresenta benefícios que lhe permitem em retorno, potencializar suas capacidades de cuidar de si e de melhorar e/ou de manter seu nível de adesão terapêutica.
Na perspectiva de uma extensão e generalização deste tipo de programa, com resultados bastantes encorajantes, os obstáculos encontrados não devem ser minimizados.
Certos obstáculos são de ordem conceitual. No momento da elaboração do projeto e de sua realização, não existia modelo pré-existente na França bastante conhecido e legítimado, podendo facilitar a concepção mas ao mesmo tempo a realização deste tipo de intervenção (estimação das necessidades, meios a serem previstos, pertinência destes meios, escolha metodológica para a avaliação).
Outros obstáculos são de ordem econômica. No lugar da intervenção, a redução dos orçamentos hospitalares não favorizavam a disposição de meios suplementares necessários a concretização de um novo tipo de prestação em um espaço ligado ao Serviço Público (particularmente os meios em efetivos profissionais).
A cultura médica também pode gerar outras barreiras. O tipo de abordagem escolhido para o programa se inscreve em um modo cultural não dominante no meio hospitalar. Uma ação centrada no paciente era suscetivel de encontrar um eco desfavorável junto ao corpo médico, visto que o contrôle dos cuidados de alta tecnologia (genótipos, dosagens de medicamentos, fenótipos, efetuados no acompanhamento terapêutico) é muito valorizado, ao detrimento de uma prestação do tipo relacional.

Outros freios relévam da psicologia do trabalho e das organizações. A implantação (mesmo relativamente periférica para estrutura ofereçendo os cuidados) de uma novo tipo de consulta de enfermagem suscita necessariamente um questionamento ligado as identidades e as atribuições dos papéis entre os cuidadores. Embora as atribuições dos papéis prédeterminados entre médicos e enfermeiras se operem normalmente em um mode hieráquico subentendido pelas relações de autoridade, as práticas de entrevistas conduzidas pelas infermeiras, podem ser percebidas como derrogando da distinção tradicional de organização do trabalho entre médicos e enfermeiras, visto que elas dão diagnósticos, antecipam comportamentos e acontecimentos tendo um impacto direto sobre os resultados dos cuidados. Além do mais, o tipo de prestação oferecida aos pacientes, mesmo que explicitamente diferenciado de um trabalho de apoio psicoterapêutico, pelo fato de ser centrado na relação ao tratamento, pode encontrar pedidos que relévam da competência profissional dos psicólogos. Na experiência descrita, as enfermeiras, pela formação que lhes foi dada, estavam muito atentas a não se ocupar de certos tipos de pedidos mas de propôr uma orientação para os profissionais tendo as competências requeridas. No entanto, é claro que a otimização da abordagem pressupõe uma clarificação das diferentes funções, um reforço do enriquecimento das tarefas do trabalho enfermeiro cuja a intervenção mostra uma possibilidade suplementar mas também um reforço quantitativo e profissionalmente diversificado das equipe, expecialmente no plano do apoio psicológico já que as pesquisas de adesão HIV tornam visíveis a importância dos aspectos psicológicos e sociológicos na variabilidade do acompanhamento dos tratamentos desde que se trata de patologias em que o acompanhamento deve ser feito em termos de longa duração.
Enfim, este tipo de protocolo engendra fatalmente constrangimentos ligados ao peso dos procedimentos de avaliação e da necessária tranformação da organização do trabalho. No caso estudado, por exemplo, foi preciso modificar o espaço de trabalho hospitalar. A necessidade de ter a disposição locais específicos para o desenrolar das entrevistas face a face com os pacientes representou um problema crucial, este incômodo teve um desfecho favorável em um dos Serviços, em compensação, nos dois outros, as enfermeiras tiveram que contar com a boa vontade dos médicos para usar seus consultórios. De uma maneira geral, a realização das entrevistas de adesão constituiu uma sobrecarga para a equipe.
Sendo o programa construido como uma pesquisa-ação, numerosas questões continuam ainda suspensas, algumas estão sendo analisadas, outras necessitam um ajuste em relação as problemáticas emergentes. Para citar algumas delas : para os sujeitos já aderentes no começo do programa, a ação favoriza a manutenção da adesão ? Existe um "efeito dose", quer dizer, um aumento da eficiência proporcional ao número de sessões ? Qual é o impacto sobre a carga viral dos sujeitos continuando as entrevistas além das quatro inicialmente previstas? Existe persistência dos efeitos da ação depois da parada das entrevistas ? Durante quanto tempo ? Qual é a influência da ação sobre os scores da depressão, da qualidade de vida ? Qual o ritmo " ideal " de entrevistas diante das situações terapêuticas específicas : início, mudança, interrupção de tratamento ? Como melhor levar em conta as situações de co-infecção HIV-hepatite C no processo de ajuste e de apropriação dos tratamentos pelos pacientes?

Conclusão

Na França, este projeto foi a primeira aplicação institutional sistematizada de uma estratégia controlada de intervenção de aconselhemento sobre a adesão terapêutica, complementária do acompanhamento médico habitual, em direção dos pacientes soropositivos ao HIV, tratados por HAART. De uma maneira geral, a avaliação bio-médica das ações centradas no paciente HIV [16] é rara na Europa, porque este tipo de intervenção necessita a concepção de dispositivos pesados, difíceis de serem realizados em meio hospitalar. Sua ampliação em termos de avaliação " bio-médico-psico-social " necessita um esforço importante dos atores de saúde que participam, mas também permite de ultrapassar o simple controle da eficácia médica para tentar objetivar os diferentes parâmetros da complexidade das situações de cuidado, tomando em conta as singularidades que ligam tratamentos e vida social. Por exemplo, sugerindo que os benefícios sentidos pelos pacientes são igualmente suscetiveis de ter um impacto em termos de Saúde Pública : facilitação da revelação da soropositividade para os seus e para os parceiros sexuais ; sensibilização a redução de riscos e a prevenção. Ao mesmo tempo, conserva como axe prioritário o conhecimento das condições de otimização terapêutica e dos fatores que levam ao insucesso. Os primeiros resultados quantitativos confirmam bem o impacto positivo das consultas de aconselhamento conduzidas pelas infermeiras sobre a adesão terapêutica aos tratamentos e sobre a carga viral dos pacientes.
A experiência adquirida no CHU de Nice, durante os dois últimos anos, permite de indicar novas extensões para os cuidados individualizados dos pacientes. Além disto, intervenções de aconselhamento estão atualmente sendo desenvolvidas para um programa departamental cobrindo as exposições sangüineas e sexuais [8].

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Agradecimentos

Gostariamos de agradecer as pessoas que participaram deste programa :
As enfermeiras : P. Asplanato, M. Borghi, J. Charlier, G. Valentini
A técnica de estudos clínicos : V. Fourrier
O serviço de medicina interna : F. Sanderson, P. Heudier, M. Pietri
O serviço de hematologia clínica : Pr J.P. Cassuto, H. Vinti, C. Ceppi, M. Gandolfo, M. Chavaillon
O serviço de moléstas infecciosas e tropicais : J. Durant, V. Mondain, P. Clevenbergh, P. Pugliese, V. Rahelinirina, I. Perbost, C. Rascle, D. Maurin
A equipe de estatística Inserm U 379 : V. Cailleton, A. Loundou
O CISIH: M. Asso, C. Pinna, M. Perrone.

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