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Guia de entrevista de início de um tratamento ARV contra o HIV/aids

 

Apresentação das ferramentas :

Este guia de entrevista de início de um tratamento antiretroviral (1) [ 167 Ko) ] expõe os temas à serem abordados com o paciente que, tendo sido préviamente preparado com idéia de tomar um tratamento face a sua situação clínica e viral, o aceitou e decidiu começá-lo pela primeira vez.
Ajuda à conduzir a entrevista e ao mesmo tempo constitui uma base de apoio para anotar os elementos coletados e trabalhados com o paciente.

Objetivo das ferramentas :

  • dar ao paciente todas as informações necessárias e complementares para a prescrição do tratamento
  • explorar as rotinas de adesão a serem desenvolvidas pelo paciente
  • identificar com o paciente as mudanças que seu tratamento vai trazer à sua vida diária
  • antecipar os problemas que podem ocorrer nas primeiras semanas (o que fazer diante dos efeitos colaterais, ...) e as soluções projetadas.
Modo de utilização das ferramentas :

O profissional pode se servir deste mini guia como uma "lista de checagem" de temas abordados com o paciente e, ao mesmo tempo, como ficha de síntese de elementos coletados. Ele deve ser complementado, se necessário, com a entrega de documentação e todos outros suportes informativos úteis ao paciente.

Saber mais sobre o tema do início de um tratamento ARV :

O primeiro tratamento e seu início representam um acontecimento importante na vida das pessoas soropositivas. Freqüentemente, as pessoas em tratamento distinguem o que elas qualificam como " minha vida antes e minha vida com o tratamento ". O primeiro tratamento marca de fato o início de uma nova história, uma nova etapa da soropositividade. Ele marca também uma nova etapa na relação médico-paciente.

Este momento do início é o resultado, a conseqüência de um tempo de reflexão e de tomada de decisão, durante o qual o médico e o paciente discutiram a idéia de começar um tratamento. Freqüentemente, a proposta de tratamento parte da iniciativa do médico que deve se preparar para a eventualidade de uma recusa da parte do paciente. Na verdade, este pode não se sentir preparado e pode também estar em desacordo com a estratégia terapêutica proposta ou mesmo desejar protelá-la. Se o paciente parece aderir à proposta de tratamento, esta aderencia necessita, de toda maneira, ser explorada e apoiada.

O início de um tratamento deve contar com um tempo de preparação do paciente para ajuda-lo a organizar as rotinas das doses, antecipar e reduzir os obstáculos à adesão e para que ele integre seu tratamento à sua vida diária, tendo o mínimo possível de rupturas e de interferência no seu tipo de vida. Segundo J. Dunbar-Jacob (1995), o nível de adesão de um tratamento no seu primeiro momento constitui um fator preditivo da adesão deste a longo prazo. Além disto, estudos mostram que a melhor maneira de integrar os momentos das " tomadas " do medicamento na vida diária do paciente, é partindo das suas atividades rotineiras do dia e de associando-as à uma ou duas tomadas. (2)

A antecipação dos obstáculos funciona como um conceito equivalente ao conceito de redução de riscos em prevenção. Ela é, em primeiro lugar, a visão do profissional que deve pensar de ante-mão que uma pessoa terá que enfentar obstáculos externos ou internos que a impedirão de tomar seu medicamento. É partir de uma provável realidade que se antecipa, a fim de se reduzir os riscos de exposição do paciente. Não antecipar os obstáculos é correr um outro risco, o de confrontar uma pessoa a um insucesso. Que isto seja do terreno das atitudes ou dos comportamentos, o insucesso reduz as competências e, desta maneira, ele deteriora a auto-estima. Por exemplo, se uma pessoa não prevê que ela pode se encontrar em uma situação lhe impedindo de tomar seu tratamento, ela não pode antecipar as mudanças a serem tomadas.

Sinopse para o profissional :

Na infecção pelo HIV, o momento da prescrição, quando chega, deve ser preparado. Todo médico tem seus próprios objetivos e ambições quando decide propôr e prescrever um tratamento a um paciente. É interessante para o médico se fazer as perguntas que se seguem antes de qualquer prescrição de um ARV:

  • Em qual contexto médico minha proposta vai intervir :
    urgência ou não ?
  • Meu paciente está pronto ?
  • Nós já conversamos sobre esta situação ?
  • Como vou anunciar isto a ele(a) ?
  • O que devo lhe dizer (motivos da proposta, informações gerais, etc.) ?
  • Como fazer para evitar de lhe provocar ansiedade ?
  • Como ele vai reagir ?
  • Como lhe dar tempo e meios de tomar sua própria decisão ?
  • Como prepará-lo para assimilar o tratamento ?
  • Qual apoio lhe propôr ?

Bibliografia :

(1) - Tourette-Turgis C., Rébillon M. (2002). Mettre en place une consultation d'observance aux traitements contre le VIH/sida - De la théorie à la pratique. Paris : Comment Dire (pp. 72-73).
Abstract FR | EN | SP | PT |

(2) - Tourette-Turgis C., Rébillon M. (2001). Accompagnement et suivi des personnes sous traitement antirétroviral. Paris : Comment Dire (134 p).
Abstract FR| EN | SP | PT |

Delfraissy JF (2002). Prise en charge des personnes infectées par le VIH. (Recommandations du groupe d'experts, sous la direction du Pr Jean-François Delfraissy). Editions Médecine-Sciences Flammarion (402 p).
Abstract FR | EN | SP | PT | Full text FR | EN | SP | PT

 
     
     
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