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Aconselhamento
-Definição
-Histórico
-Campos de aplicação
-Aconselhamento de grupo

Atitudes
-Escuta
-Aceitação
-Ausência de julgamento
-Empatia
-Congruência


Tecnicas
-Questão aberta
-Reformulação dos conteúdos
-Reformulação das emoções
-Esclarecimento
-Focalização
-Confrontação
-Os silêncios
-Técnica do reflexo


Estratégias
-Tomada de decisão
-Gestão de crise
-Resolução de problema
Bases do aconselhamento
Definição  

 

Na cultura anglo-saxônica, o termo aconselhamento ("counseling") é utilizado para designar um conjunto de práticas que são tão diversas quanto as que configuram as práticas de : orientar, ajudar, informar, amparar, tratar. H.B e A.C. English definem o aconselhamento como " uma relação na qual uma pessoa tenta ajudar uma outra a compreender e a resolver problemas aos quais ela tem que enfrentar ".

Um tema que concerne à filosofia do aconselhamento, predomina em toda a literatura anglo-saxônica: a crença na dignidade e no valor do indivíduo pelo reconhecimento de sua liberdade em determinar seus próprios valores e objetivos e no seu direito de seguir seu estilo de vida.
O indivíduo tem um valor em si, independentemente do que pode realizar. Muitas vezes, a pessoa não é consciente ou ignora seu potencial de desenvolvimento. O aconselhamento visa ajudá-la a desenvolver sua singularidade e a acentuar sua individualidade. Mais que uma filosofia que poderia ser interpretada, à primeira vista, como uma forma de individualismo selvagem, todos os grandes textos do aconselhamento fazem referência à responsabilidade da pessoa diante dela mesma, do outro e do mundo em torno dela. O individuo não é nem bom, nem ruim por natureza ou por hereditariedade. Ele possui um potencial de evolução e de mudança. O(A) aconselhador(a) deve considerar o sentido e os valores que o cliente atribui à vida, às suas próprias atitudes e comportamentos porque quando uma mudança se impõe no contexto de vida, isto pode se chocar com as opções filosóficas da pessoa em questão e ser en si uma causa de dificuldade (ex. : mudança de atitude diante do trabalho, da família, da sexualidade, da morte,…). (1)

Segundo Catherine Tourette-Turgis, "o princípio de coerência do aconselhamento reside fundamentalmente no fato de que muitas situações da vida são, elas mesmas, causas de sofrimentos psicológicos e sociais, necessitando uma conceitualização e que dispositivos de apoio sejam colocados à disposição das pessoas que as vivem ".

Para ela, "o aconselhamento é uma forma de " psicologia situacionista " : isto é, a situação é causa do sintoma e não o inverso. Neste sentido, o aconselhamento, forma de acompanhamento psicológico e social, designa uma situação na qual duas pessoas estabelecem uma relação, uma fazendo explicitamente apelo à outra através de um pedido (verbalizado ) com objetivo de tratar, resolver, assumir um ou mais problemas que lhe dizem respeito…a expressão " acompanhamento psicológico " seria insuficiente na medida em que os campos de aplicação do aconselhamento…designam muitas vezes realidades sociais produtoras em si mesmas de um conjunto de distúrbios ou de dificuldades para os indivíduos ". "(1)

Neste sentido, o aconselhamento responde às necessidades de pessoas que procuram ajuda de uma outra para resolver, em um tempo relativamente breve, problemas que não são oriundos necessariamente de problemáticas profundas (do ponto de vista psicológico). Estes problemas podem estar ligados, na verdade, aos empecilhos ou a um contexto específico com o qual elas precisam se adaptar ou aos quais elas devem sobreviver e pelos quais, na maior parte do tempo, a sociedade não as preparou (ex. : traumatismos de guerra, prevenção da aids, desemprego, …) ou não assegura as funções de apoio adequadas em tempo real, ou seja, de imediato.

Existem pontos comuns no desenvolvimento do aconselhamento que podem ser resumidos pela importância dada :

  • aos métodos ativos na relação de ajuda
  • à crença no potential de um indivíduo ou de um grupo
  • à crença na transformação em um curto espaço de tempo
  • ao estabelecimento de uma relação aonde a autoridade é substituída pela empatia, aonde a realidade prevalece sobre o passado longínquo
  • a um ambiente facilitador de mudança e de evolução pessoal (grupo, trabalho nas comunidades).

(1) C Tourette-Turgis (1996). Le counseling. Ed. PUF, Coll. Que Sais-je ?, p. 25


 
     
     
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